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domingo, 27 de abril de 2008
Militantes de Matosinhos avisam que as bases do partido é que vão continuar a mandar
"Foi um sonho que acabou". As palavras da líder do PSD/Matosinhos, Clarisse de Sousa, sintetizam o sentimento generalizado entre os militantes da Concelhia que apoiaram Luís Filipe Menezes e que, com "surpresa", viram-no a apresentar a demissão seis meses após a conquista da da liderança. Apesar disso, garantem compreender as suas razões. "Só interpreto isto como uma grande cabala", diz Adelaide Sousa, da Senhora da Hora, que via em Menezes o "ressuscitar da imagem de Sá Carneiro". "Massacraram-no", acentua Clarisse de Sousa. Embora tenham sido apanhados desprevenidos, numa altura em que estavam concentrados na escolha dos candidatos autárquicos, os militantes de Matosinhos prometem estar atentos ao processo eleitoral interno. A Comissão Política não apoiará oficialmente qualquer candidato. Apenas fará um plenário para informar os militantes das opções que têm nas directas de 31 de Maio. Alguns militantes, porém, já se movimentam, a título pessoal, em torno da candidatura de Pedro Passos Coelho. "É a oportunidade de escolhermos uma bipolarização entre os que representam o passado (Ferreira Leite e Santana Lopes) e Pedro Passos Coelho, que representa o futuro do partido e vai trazer novos protagonistas", aponta Carlos Fernandes, de Matosinhos. Joaquim Pinto Lobão, da mesma secção mas que tinha apoiado Marques Mendes, concorda "Não será um líder de berros e de emoções. É uma pessoa com ideias muito claras". Já Célia Santos, de S. Mamede Infesta, não esconde o entusiasmo por Santana. "A visão de futuro pode não estar comprometida por alguém do passado", argumenta. Por sua vez, a líder concelhia prefere não tomar qualquer posição pessoal antes de conhecer todos os candidatos e os seus projectos. Clarisse de Sousa deixa, contudo, algumas críticas a Manuela Ferreira Leite: "Não está ligada às bases do partido. Não tem soldados, só capitães". Seja qual for o vencedor das directas, os militantes de Matosinhos deixam um aviso: as bases vão continuar a mandar, conforme pretendia Menezes, segundo lembra Sérgio Aguiar, de Leça do Balio: "Ele devolveu às bases a sua capacidade de decisão e de escolha". "As sindicâncias de voto acabaram. Agora, cada qual escolhe por si", aponta Carlos Fernandes, enquanto Célia Santos adverte: "Os militantes não se vão deixar condicionar". Daí que a Concelhia vá manter o processo de escolha dos candidatos autárquicos, através de primárias. "Se vier um pára-quedista, só podemos entregar o partido a quem o escolher", ameaça Clarisse de Sousa, que recusa mais candidatos impostos.
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