Artigo de Opinião do Dr. Paulo Morais no Jornal de Noticias do dia 10.12.2008, que foca claramente um problema de Matosinhos e o alvo em Matosinhos. Eis o artigo
Natal à porta.
A maioria das famílias portuguesas refugia-se nos centros comerciais e grandes superfícies.
E não nos iludamos: este já não é um efeito sazonal, mas sim um sintoma mais profundo da falta de gestão do espaço público.
Não foi só o comércio, mas sim a vida das cidades que parece ter-se deslocado definitivamente das ruas para o interior dos centros comerciais.
Afinal, estes propiciam-nos a qualidade de vivência que em tempos caracterizava os núcleos urbanos.
O verdadeiro centro cívico e cultural das cidades transferiu-se para os shoppings.
Nos centros comerciais, o acesso é normalmente fácil e o estacionamento quase sempre gratuito.
No seu interior, a limpeza é regra. Ao abrigo de qualquer intempérie meteorológica, circula-se confortavelmente e em segurança. Há acessos para pessoas com mobilidade reduzida e carrinhos de bebé. Os pequenos problemas que as famílias enfrentam, como a necessidade dum espaço para mudar fraldas ou levar miúdos à casa de banho, estão perfeitamente acautelados. Juntemos a isto a possibilidade de almoçar e jantar em conta, ou ainda assistir a um filme de estreia.
Só aqui vemos implementado um novo conceito de centro cívico urbano.
Na outra face da moeda, temos as baixas das cidades, a que não se acede facilmente, onde o trânsito é habitualmente caótico.
O estacionamento é inexistente ou caríssimo.
As ruas e passeios estão em péssimo estado, fruto duma crónica ausência de manutenção e conservação.
Os idosos correm perigo permanente de tropeçar num qualquer buraco. A via pública está imunda, resultado duma limpeza urbana ineficaz. Somos permanentemente abordados por arrumadores de automóveis e pedintes. Se um miúdo necessita de ir à casa de banho, está sujeito à fila interminável do café ou a ter de pagar o acesso a um desses "wc" tipo nave espacial. A oferta cultural é escassa, não há cinemas, os concertos e espectáculos são raros e têm quase sempre pendor elitista.
Não nos admiremos, pois, pelo facto de os centros urbanos estarem em processo de morte lenta e o comércio tradicional em estado comatoso.
Enquanto isto, os representantes do comércio tradicional limitam-se a reclamar contra os centros comerciais.
Atiram ao alvo errado.
Mais do que tentar impedir o sucesso dos centros comerciais, deveriam era copiar a receita desse êxito.
E queixar-se, em primeiro lugar, das câmaras municipais que se revelam incompetentes na gestão do espaço público.
Natal à porta.
A maioria das famílias portuguesas refugia-se nos centros comerciais e grandes superfícies.
E não nos iludamos: este já não é um efeito sazonal, mas sim um sintoma mais profundo da falta de gestão do espaço público.
Não foi só o comércio, mas sim a vida das cidades que parece ter-se deslocado definitivamente das ruas para o interior dos centros comerciais.
Afinal, estes propiciam-nos a qualidade de vivência que em tempos caracterizava os núcleos urbanos.
O verdadeiro centro cívico e cultural das cidades transferiu-se para os shoppings.
Nos centros comerciais, o acesso é normalmente fácil e o estacionamento quase sempre gratuito.
No seu interior, a limpeza é regra. Ao abrigo de qualquer intempérie meteorológica, circula-se confortavelmente e em segurança. Há acessos para pessoas com mobilidade reduzida e carrinhos de bebé. Os pequenos problemas que as famílias enfrentam, como a necessidade dum espaço para mudar fraldas ou levar miúdos à casa de banho, estão perfeitamente acautelados. Juntemos a isto a possibilidade de almoçar e jantar em conta, ou ainda assistir a um filme de estreia.
Só aqui vemos implementado um novo conceito de centro cívico urbano.
Na outra face da moeda, temos as baixas das cidades, a que não se acede facilmente, onde o trânsito é habitualmente caótico.
O estacionamento é inexistente ou caríssimo.
As ruas e passeios estão em péssimo estado, fruto duma crónica ausência de manutenção e conservação.
Os idosos correm perigo permanente de tropeçar num qualquer buraco. A via pública está imunda, resultado duma limpeza urbana ineficaz. Somos permanentemente abordados por arrumadores de automóveis e pedintes. Se um miúdo necessita de ir à casa de banho, está sujeito à fila interminável do café ou a ter de pagar o acesso a um desses "wc" tipo nave espacial. A oferta cultural é escassa, não há cinemas, os concertos e espectáculos são raros e têm quase sempre pendor elitista.
Não nos admiremos, pois, pelo facto de os centros urbanos estarem em processo de morte lenta e o comércio tradicional em estado comatoso.
Enquanto isto, os representantes do comércio tradicional limitam-se a reclamar contra os centros comerciais.
Atiram ao alvo errado.
Mais do que tentar impedir o sucesso dos centros comerciais, deveriam era copiar a receita desse êxito.
E queixar-se, em primeiro lugar, das câmaras municipais que se revelam incompetentes na gestão do espaço público.
1 comentário:
Não acham que a concelhia de Matosinhos deveria ter um blogue como acontece em Leça do Balio?
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